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Hospital Metropolitano realiza o quarto transplante cardíaco de 2025 — Governo da Paraíba

O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade referência em cirurgias cardiovasculares na Paraíba integrante da rede estadual de saúde e gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), realizou na madrugada deste sábado (26) o quarto transplante cardíaco do ano. A paciente beneficiada foi Mariluce Manoel da Silva, de 46 anos, natural da cidade de Mari, que aguardava há um ano e sete meses por um novo coração. 

A cirurgia teve início ainda na noite da sexta-feira (25) e foi concluída com sucesso às 3h45 da manhã deste sábado. O procedimento foi realizado pela equipe de transplantes do hospital, sob a liderança do cirurgião cardíaco Antônio Pedrosa. 

“Mais uma vez, com muita felicidade, iniciamos esse procedimento em uma paciente com insuficiência cardíaca grave. O órgão veio de Campina Grande, de um jovem doador. Agradecemos à família que, mesmo em um momento de dor, teve a generosidade de autorizar a doação. É um procedimento complexo, que exige toda uma estrutura e uma equipe multidisciplinar, e isso só é possível graças ao apoio que temos recebido do Governo do Estado, da Secretaria de Saúde e da PB Saúde. Seguimos com fé, técnica e competência para realizar esse trabalho que salva vidas”, destacou o cirurgião. 

O coração que agora bate no peito de Mariluce veio de um jovem de 20 anos, cuja doação múltipla – ocorrida no Hospital de Trauma de Campina Grande – beneficiou seis pessoas. Além do coração, foram doados o fígado, os dois rins e as córneas. O transporte do órgão até o Hospital Metropolitano contou com a agilidade da equipe da Central de Transplantes e apoio do Corpo de Bombeiros.

“Cada doação representa uma nova chance para vários pacientes. A atitude da família desse jovem nos tocou profundamente. Transformar a dor da perda em solidariedade é um gesto de grandeza. Esperamos que mais famílias conversem sobre esse tema e ajudem a salvar vidas”, afirmou a diretora da Central de Transplantes da Paraíba, Rafaela Dias. 

A coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Metropolitano, Patrícia Monteiro, celebrou o sucesso do transplante e atualizou o estado de saúde da paciente. “O transplante foi um sucesso. Mariluce já está no leito da UTI Cardiológica, evoluindo bem e estável. As primeiras 24 horas são de vigilância constante, mas as perspectivas são muito boas. Ela está respondendo de forma positiva e toda a equipe segue empenhada em garantir sua plena recuperação”, destacou. 

Com voz embargada e uma mistura de sentimentos, Mariluce falou sobre o momento em que soube que receberia o novo coração. “Na hora eu chorei… sempre tive medo da cirurgia, mas depois respirei fundo. Minha filha me deu a notícia, e eu fiquei pensando na pessoa que partiu para que eu tivesse essa chance. Se eu pudesse falar com a família do doador, só saberia dizer: muito obrigada”, declarou emocionada.

Ela também demonstrou sua gratidão ao Hospital Metropolitano e à equipe que a acompanha. “Desde que estou aqui, sou muito bem tratada. Todos, desde os médicos às enfermeiras, são maravilhosos. Só tenho a agradecer. Agora quero voltar a fazer o que mais gosto: andar, visitar os santos que sempre visitei. É um tempo novo na minha vida”, completou. 

A filha da paciente, Giovanna, relembrou os primeiros sinais do problema cardíaco da mãe e a longa caminhada até o transplante. “Ela teve as primeiras dores em janeiro de 2024, foi levada para unidades de saúde em João Pessoa e depois para Guarabira, onde foi identificada a gravidade do quadro. Foi aí que ela foi regulada para o Metropolitano. Desde então, sempre fomos bem atendidas aqui. Quando recebi a ligação de Patrícia dizendo que o coração tinha chegado, fiquei muito nervosa, mas feliz. Agradeço à família que permitiu esse milagre acontecer na nossa vida.”

Para Giovanna, o cuidado em cada etapa do processo também merece reconhecimento: “Tudo foi feito com muito zelo, desde o transporte do órgão até a cirurgia. Só temos a agradecer por todo esse cuidado com o coração da minha mãe.”

Avanços que salvam vidas – Com esse transplante, a Paraíba contabiliza 84 transplantes de órgãos realizados em 2025. Somente transplantes cardíacos já são quatro neste ano, graças ao fortalecimento da rede estadual de saúde e à estrutura do programa Coração Paraibano, que garante assistência especializada desde a triagem até o pós-operatório. 

O Hospital Metropolitano é a única unidade da Paraíba habilitada para realizar transplante cardíaco adulto. O serviço conta com uma equipe experiente, estrutura moderna e uma rede articulada com a Central Estadual de Transplantes, o Corpo de Bombeiros, a rede hospitalar e os órgãos de gestão estadual.

Atualmente, mais de 800 pessoas ainda aguardam na lista de espera por um transplante na Paraíba.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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