Por MRNews
Os admiradores do forró terão diversão neste sábado (2) a partir da Central do Brasil, tradicional estação de trem do centro do Rio.
A programação começa às 10h, com o Esquenta Xinela. O visitante poderá participar gratuitamente de aulas de dança e assistir apresentação de trios de forró, da quadrilha Gonzagão do Pavilhão, o cortejo do maracatu Tambores de Iguaçu e de poesia, tudo com manifestações típicas do nordeste.
É a 3ª edição do Trem do Forró, que já faz parte do calendário cultural da cidade do Rio.
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O local escolhido para a partida da iniciativa que celebra o Dia Estadual do Forró, criado em 2019, não é sem motivo. A intenção da concessionária SuperVia, responsável pelo serviço de trens de passageiros no Rio, é reforçar o compromisso com “a valorização da cultura popular e da mobilidade acessível”, como faz com o Trem do Samba e o Trem do Choro, também grandes sucessos de público.
Depois das apresentações, o Trem do Forró partirá às 12h na viagem entre a Central do Brasil e Duque de Caxias e a festa na cidade da Baixada Fluminense vai até as 18h, na Praça do Pacificador. Lá, a diversão ficará por conta de quadrilhas juninas e barraquinhas com comidas típicas.
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Na partida, o público vai poder escolher um dos oito vagões temáticos do Trem do Forró, que terão trios de forró fazendo animações até Caxias e vão fazer homenagens. Entre eles, no primeiro, que é uma representação de Pernambuco, o homenageado é Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. O segundo, da Paraíba, a estrela a ser lembrada é Jackson do Pandeiro e no terceiro, que é para o Maranhão, o homenageado é João do Vale.
“São mestres do forró que moraram no Rio de Janeiro e notabilizaram o movimento do forró, não somente no estado, como no Brasil e em todo o mundo”, disse o coordenador do projeto Trem do Forró RJ, o cantor Jadiel Guerra, que é pernambucano, mas mora no Rio há 40 anos.
As mulheres serão homenageadas com um vagão especial que é o das forrozeiras. É um vagão que a gente está fazendo homenagem a duas grandes figuras do nosso forró, a Anastácia, considerada a rainha do forró e a Elba Ramalho, um grande ícone do nosso forró, contou.
“A ideia é que o movimento do Esquenta carregue todo o público para os vagões”.
Guerra destacou que ao longo dos anos tem crescido o surgimento de mulheres forrozeiras, no ambiente que costumava ser majoritariamente masculino.
“As mulheres têm tido um crescimento muito grande de participação. Não são os homens que estão abrindo espaço, elas é que estão criando o próprio espaço dentro do cenário forrozeiro. Acho isso muito interessante porque têm talento”, apontou.
Unesco
Jadiel Guerra disse que a cada ano o Trem do Forró tem despertado mais atenção do público e agora, na 3ª edição, há uma razão especial.
“Estamos na campanha do Forró para Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura], está encaminhado o pedido. Neste ano cultural Brasil França, nós estaremos representados lá [em Lille], em setembro, para o 1º encontro internacional de forrozeiros, exatamente, para reforçar essa campanha para estar no mesmo patamar do frevo, da capoeira, samba, que já possuem este título e o forró ainda não”, afirmou, acrescentando que o gênero forró já tem uma repercussão muito grande.
“Não só na Europa, mas nos Estados Unidos e Japão. Acho que isso só facilita o nosso acesso a esse registro.”
De acordo com o coordenador, o forró está presente em vários países e citou Portugal, Inglaterra e França. “Na França, os festivais de dança já existem há muito tempo. Em Londres, tem o London Festival de Forró que acontece todos os anos.
Em Portugal, temos o Forró da cidade do Porto, também todos os anos. Existem pelo menos 70 festivais que a gente contabilizou, de forró, quem ocorre todos os anos em várias partes do mundo. São feitos por pessoas locais e estrelados por artistas, mestres tocadores, professores de dança sanfoneiros, músicos de um modo geral, que vão daqui para lá, para poder ensinar a dança, tocar as nossas músicas e desenvolver ações locais”, completou.
Segundo Jadiel Guerra, desde que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) declarou, em 2021, as matrizes tradicionais do forró como Patrimônio Cultural do Brasil, a comunidade forrozeira vem fazendo campanha, por meio de seminários e fóruns, para o gênero musical ser reconhecido pela Unesco.
“Esse evento do trem é uma das nossas iniciativas para chamar atenção e contribuir para este pedido de registro da Unesco”, disse.
O desembarque em Duque de Caxias não foi uma escolha aleatória. Conforme o coordenador, Duque de Caxias é considerada como uma grande cidade nordestina, por ter uma população composta por descendentes, ascendentes ou nordestinos mesmo.
“A cidade tem um histórico grande da feira que tem muito forró. Em várias praças já aconteceram muitos eventos de forró e o objetivo do Trem do Forró é promover, assim como, o Trem do Samba movimenta mais de 1500 profissionais da área e mais de 400 mil pessoas, a nossa ideia é que essa marca seja um exemplo para nós do Trem do Forró.”
Economia criativa
O movimento em torno da festa é um meio de desenvolver a economia criativa da região, com criação de oportunidade de trabalho para que os profissionais do forró tenham condição de garantir renda não apenas nas épocas juninas, mas durante todo o ano.
“Temos sanfoneiros, cantores, grupos. Nas apresentações das quadrilhas, temos as costureiras que preparam as fantasias, temos as aderecistas, pessoas que participam e tudo isso movimenta a economia criativa da região de Caxias”, afirmou. Ele explicou que as entidades ligadas ao gênero musical ainda não têm o número de pessoas que ficam envolvidas no processo, mas disse que a cada ano tem aumentado a participação de profissionais na cadeia produtiva do forró no evento.
Doação
Nesta edição, teve também uma campanha, entre os dias 30 de julho e nesta sexta (1º), para doação de sangue para o Hemorio: Forró na veia salvando vidas. Os primeiros 20 doadores tiveram direito a um kit com camisa, um adereço de cabeça e um passaporte vip para o Trem do Forró.
O trem do Forró fará também campanha de doação de alimentos na Praça do Pacificador, com apoio do Lions Clube da Ilha do Governador e na Central do Brasil em uma tenda da Comlurb para a arrecadação das doações a comunidades do Rio. Lá também quem doar um alimento não perecível receberá uma pulseira de acesso ao Trem do Forró. Ao todo, serão disponibilizadas 100 pulseiras.
Conforme o presidente da Comlurb, Jorge Arraes, atualmente mais de 500 famílias são beneficiadas com as doações. Os produtos não perecíveis doados vão para o projeto Banco de Alimentos desenvolvido pela companhia de limpeza urbana do Rio em duas unidades. Uma no EcoParque do Caju, região portuária, e outra na Cidade de Deus, zona oeste.
“É um projeto que ajuda a alimentar famílias em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar. Atualmente são mais de 500 famílias beneficiadas. Estamos muito felizes em participar do evento. Toda contribuição é muito bem-vinda”, disse o presidente da Comlurb, em texto da SuperVia.
Para fazer a viagem no Trem do Forró é preciso adquirir apenas a passagem, normalmente, com a SuperVia. A produção, segundo o coordenador, conta com o apoio do Fórum do Forró e do coletivo Matrizes do Forró.