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Servidor público compartilha com os filhos a missão de cuidar da saúde da população de João Pessoa

Em João Pessoa, o amor pelo serviço público e pela saúde virou herança de família. Na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), pai e filhos trabalham lado a lado, cada um em sua função, mas com o mesmo propósito: cuidar das pessoas. Neste domingo (10), quando é celebrado o Dia dos Pais, eles contam como é dividir não só a vida em casa, mas também a missão de servir à população da Capital.

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Célio Pires de Sá, no bairro do Valentina Figueiredo, José, Harã e Ícaro Medeiros transformaram a rotina do trabalho administrativo da unidade em um verdadeiro legado de cuidado.

Para José Medeiros, 66 anos, trabalhar ao lado de dois filhos é uma satisfação pessoal. “Como pai, sinto uma grande alegria. Não se trata apenas de apego de que sigam meus passos, pois desejo que cada um trilhe seu próprio caminho, mas sempre busquei ensinar sobre honra e caráter e todos os dias tenho a oportunidade de ver que eles se tornaram homens de caráter, íntegros e honrados, principalmente no ambiente de trabalho”, destaca o supervisor administrativo e coordenador de manutenção da UPA Valentina.

Para os filhos, trabalhar junto ao pai também é motivo de orgulho e os ensinamentos recebidos desde a infância são aplicados diretamente no trabalho. “Meu pai nos ensinou a respeitar para sermos respeitados e a buscar soluções para os problemas. Com ele aprendi que, embora seja importante buscar o melhor, não devemos nunca nos colocar acima de ninguém”, destaca o almoxarife da UPA Valentina, Harã Medeiros.

“Crescemos em um ambiente familiar que valoriza a educação e o respeito. Essa base familiar facilita nosso relacionamento no trabalho, tanto com meu pai e meu irmão, mas principalmente com as outras pessoas”, completa Ícaro Medeiros, auxiliar operacional do setor de manutenção da UPA Valentina.

Ícaro relata que mesmo com outras experiências profissionais, algumas coisas, só o pai pôde ensinar. “Tive experiências em outras empresas, mas o respeito ao próximo e buscar soluções para possíveis problemas isso eu aprendi com meu pai, que também sempre nos ensinou que, por mais que tenhamos a relação familiar, o respeito mútuo é fundamental, principalmente no trabalho, seja com qualquer pessoa. É enriquecedor aprender com ele constantemente, uma experiência muito positiva e gratificante”, destaca.

Para Harã, a relação profissional junto a relação familiar em muito agrega ao trabalho desenvolvido. “Meu pai possui conhecimento administrativo muito grande e a parceria profissional que temos atualmente nos permite agregar funções importantes à UPA, mas além disso, é uma sensação de realização. Sempre desejei trabalhar com meu pai. Compartilhamos uma longa trajetória e uma proximidade muito grande, tanto em casa quanto no trabalho. É um aprendizado constante e, assim como meu irmão, me sinto realizado por poder trabalhar com meu pai”, ressalta.

Apesar de trabalharem juntos atualmente, cada um iniciou a trajetória na Rede Municipal de Saúde em um serviço e de uma forma diferente. Seu José começou no ano de 1999 através de um processo seletivo para agente de endemias, mas devido a um problema de saúde precisou ser transferido para a área administrativa. Desde então, acompanhou a construção de diversos serviços da rede municipal e atuou diretamente na implantação das Unidades de Pronto Atendimento dos bairros de Manaíra e Valentina, onde atua desde a inauguração.

A rede pública foi a oportunidade do primeiro emprego para Harã em 2010, como maqueiro no Hospital Municipal Santa Isabel. Com o passar dos anos, foi se destacando e migrando de função. Com o contato mais direto com a saúde, passou a se interessar por profissões da área, sendo, atualmente, estudante do curso de fisioterapia. Ícaro juntou-se ao pai e irmão em 2018, quando passou a integrar a equipe de acolhimento da UPA, atuando logo após como maqueiro, até ser transferido para a área da manutenção.

“Inicialmente, nós não tínhamos essa intenção tão clara de trabalhar na saúde e diretamente com o meu pai, mas foi algo que aconteceu, abraçamos a oportunidade e desde então estamos seguindo e aprendendo mais a cada dia nessa escola incrível. Então, apesar de não ter sido algo planejado, esse trabalho nos enriquece bastante, a saúde está em constante evolução, sempre apresentando novos desafios. Ver o reflexo do nosso trabalho na prestação da assistência à população é muito bom, saber que impactamos ali de alguma forma positivamente em muito nos orgulha”, comenta Harã.

“Eu tive a honra de ver a saúde de João Pessoa se desenvolver e crescer, participar disso tudo e dar minha contribuição. As pessoas muitas vezes podem não perceber a importância dos setores administrativos para a prestação da saúde, mas através deles que é possível que o serviço lá na ponta aconteça. Eu tenho muito orgulho do meu papel para garantir que o SUS aconteça e faço questão de defendê-lo onde for, além de ter ensinado, desde sempre aos meus filhos, a importância disso”, concluiu José Medeiros, pai de quatro filhos, todos com formação na área da saúde.

Serviço – O setor de almoxarifado da UPA é o responsável pela organização do material de trabalho, sendo nele armazenados, controlados e distribuídos os materiais e produtos utilizados na rotina do serviço. Já o setor de manutenção cuida de toda a estrutura predial da unidade, articulando desde pequenos consertos até reparos maiores que impactam diretamente na prestação da assistência à população.

As unidades de pronto atendimento estão inseridas na assistência pré-hospitalar da Rede Municipal de Saúde. Em João Pessoa, além da UPA no bairro do Valentina, a SMS mantém outras três localizadas nos bairros de Manaíra, Cruz das Armas e Bancários. Em todas, o atendimento é realizado de acordo com a classificação de risco, priorizando a gravidade dos casos.

Os pacientes classificados com cor vermelha (emergência) são atendidos imediatamente; os de cor laranja (muito urgente) em até 10 minutos; cor amarela (urgência) em até 30 minutos; cor verde (urgência menor) em até 120 minutos; e os de cor azul (baixa complexidade) podem aguardar até 240 minutos.

A pessoa deve procurar uma UPA em casos como problemas de pressão, febre alta, cólicas renais, intensa falta de ar, convulsão, dores no peito e vômito constante. As unidades contam com serviços de raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação, onde podem ficar por até 24 horas, para elucidação diagnóstica ou estabilização clínica, encaminhando aqueles que não tiveram suas queixas resolvidas com garantia da continuidade do cuidado para internação em serviços hospitalares.

Thiago Vieira
Estudante de jornalismo Nordestino Cabra de peste Torcedor DO ABC Prêmios da ABAJ e Obej